A DESCOLONIZAÇÃO DA ÁFRICA
Inglaterra e França eram as
principais potências imperialistas europeias. O processo de descolonização se
deu depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), quando as grandes potências
europeias saíram arrasadas economicamente do conflito, sem condições de manter
seus vastos impérios coloniais. Ao mesmo tempo, a opinião pública cobrava uma
postura coerente da Inglaterra e da França, que tinham combatido o
totalitarismo nazista alemão e o fascismo italiano em nome da democracia e da
autodeterminação dos povos, e não davam esse direito aos povos de suas
colônias. O afrouxamento das rédeas metropolitanas fez com que muitos povos
africanos negociassem sua independência ou pegassem em armas para conseguir a
independência. A dominação europeia na África muitas vezes enfrentou a
resistência dos povos locais, que se insurgiam contra os dirigentes europeus.
Algumas independências se deram com sangrentas guerras, como a da Argélia. Os
novos países mantiveram sua condição de exportadores de produtos primários e,
embora independentes, continuaram muito dependentes de suas antigas metrópoles.
Com o processo de
independência africana, na segunda metade do século XX, o pan-africanismo se
fortaleceu, tendo como um de seus líderes Kwame N’Krumah, presidente de
Gana(antiga colônia britânica da Costa do Ouro) na década de 1960. Para ele, o
fortalecimento econômico das nações africanas e a aproximação entre elas seria
o caminho para a plena independência, uma vez que os colonizadores europeus,
mesmo tendo concedido a independência, não abririam mão de indiretamente manter
sua influência econômica, dilapidando as riquezas do continente.
Em 1964, as nações africanas
independentes, em reunião no Cairo, criaram a Organização da Unidade Africana
(OUA). Buscavam, dessa forma, ampliar a cooperação entre os Estados e garantir
a segurança entre seus países-membros. Porém, ao manter os limites territoriais
impostos pelas nações europeias, a OUA consolidou a fragmentação da África.
Além disso, boa parte das elites locais ainda representava maiorias étnicas
remanescentes da antiga configuração, o que pode também servir para explicar a
instabilidade das fronteiras e as sucessivas guerras étnicas que caracterizaram
as nações africanas – e caracterizaram até a atualidade – principalmente na
região subsaariana.
Em 2002, os novos líderes
africanos reuniram-se em Durbam, na África do Sul, e puseram fim à OUA, criando
a União Africana (UA). Essa nova organização veio ampliar o leque de objetivos
para a integração do continente. Em sua carta de abertura, propunha a criação
de um Conselho de Paz e Segurança, representando por alguns países africanos
com poderes para intervir em guerras locais e evitar atos de extermínio em
massa, como os que continuam a ocorrer em diversos conflitos africanos. Além
disso, a UA também tem como objetivo a promoção do desenvolvimento econômico e
social das nações africanas, por intermédio do combate à fome e da erradicação
da pobreza.
Professora Daiane – Geografia
– 2016.
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