ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO DA ÁFRICA
Com o intuito de
analisar a qualidade de vida da população de cada país, a Organização das
Nações Unidas (ONU), por meio do Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD), criou o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Esse
instrumento consiste numa média que varia de 0 a 1 e analisa três aspectos:
conhecimento (obtido por meio da média de anos de estudo da população adulta e
o número esperado de anos de estudos); saúde (medido pela esperança de vida ao
nascer); e renda (Renda Nacional Bruta per capita). Vale lembrar que
quanto mais próximo de 1, mais desenvolvido é o país. As categorias para
análise, segundo critérios do PNUD são: muito elevado, elevado, médio e baixo.
A maioria dos países africanos
apresenta um Índice de Desenvolvimento Humano muito baixo, principalmente os
localizados na África Subsaariana. Somente os países que compõem a África do
Norte, e também os localizados no sul do continente, apresentam IDH
considerados médios e bons.
Os países mais pobres do mundo são os
da África Subsaariana, com indicadores sociais e econômicos que demonstram uma
péssima qualidade de vida para a população que habita esta região ao sul do
Deserto do Saara. Seus problemas são fruto da extrema pobreza que os países
dessa porção do continente enfrentam.
As economias dessas nações são
basicamente exportadoras de produtos primários com baixo valor agregado, a
maioria da sua população vive no meio rural e os Estados não são capazes de
assegurar as condições mínimas de educação, assistência médico-hospitalar e a
absorção das pessoas no mercado de trabalho nas áreas urbanas. Tal situação de
pobreza resulta diretamente em altíssimas taxas de mortalidade infantil e na
baixa expectativa de vida.
A influência dos modelos coloniais
deve ser responsabilizada pela atual situação, pois o alicerce dos Estados
africanos foi constituído, quase sempre, pelo aparelho administrativo criado
pela colonização europeia. No momento das independências, o poder político e
militar transferiu-se das antigas metrópoles para as elites nativas urbanas,
que instalaram regimes autoritários. Muitas vezes, essas elites representavam
apenas um dos grupos étnicos do país, marginalizando por completo as etnias
rivais. Como resultado, de modo geral, a vida política africana foi
sobressaltada por sucessivos conflitos internos (incluindo golpes de Estado) e
contaminada pela violência e pela corrupção.
A globalização em curso e a formação
de blocos econômicos internacionais devem ser citadas como responsáveis por
reproduzir esquemas de dependência econômica na África.
Como uma das heranças do passado colonial, grande parte de seus países
possui economias pouco diversificadas, exportadoras de produtos primários
(agrícolas, minerais e petrolíferos), o que não permite romper com o modelo
financeiro que os subordina aos mercados dos países consumidores.
Devido a tal característica, a África tem pequena participação na
economia mundial, ainda que suas trocas comerciais com outras regiões do mundo
estejam se desenvolvendo hoje em dia, em particular com a China.
Algumas causas e
fatores dessa pouca expressividade:
• o enfraquecimento dos Estados africanos em função das heranças
históricas do colonialismo e também em virtude de fatores políticos e
econômicos geradores de instabilidade interna, o que impõe dificuldade para se
afirmarem perante a globalização;
• o fato de a globalização em curso reproduzir esquemas de dependência
econômica na África, pois, como uma das heranças do passado colonial, grande
parte de seus países possui economias pouco diversificadas, exportadoras de
produtos primários (agrícolas, minerais e petrolíferos), o que não permite
romperem com o modelo financeiro que os subordina aos mercados dos países
consumidores. Devido a tal característica, a África tem pequena participação na
economia mundial, ainda que suas trocas comerciais com outras regiões do mundo
estejam se desenvolvendo hoje em dia, em particular com a China;
• o continente africano perdeu importância geopolítica depois do fim da
Guerra Fria (1947-1989), e os reflexos se fizeram sentir até mesmo na redução
do montante da ajuda humanitária, principalmente durante a década de 1990.
Hoje os chineses têm sido os maiores
investidores na África Subsaariana e sua presença no continente data da década
de 1960, quando participaram ativamente da venda de armamentos para grupos
comunistas insurgentes em diversos países africanos. Depois das mudanças
ocorridas na China, a partir de 1978, com a abertura das Zonas Econômicas
Especiais (ZEEs), e principalmente no século XXI, com o forte crescimento da
economia chinesa, os interesses bilaterais entre as partes pautaram-se pela
ampliação das vendas de manufaturados e pela compra de matérias-primas.
Em 2008, a África tornou-se o
terceiro maior captador de investimentos diretos chineses, sendo ultrapassada
apenas pelo restante da Ásia e pela América do Norte.
Nessa relação, é possível perceber
que a China se beneficia muito mais, pois, além de ter acesso a produtos
primários, notadamente algodão e petróleo, importantes para manter acesa a
chama do dragão asiático, também exporta itens manufaturados para a África com
maior valor agregado.
Professora Daiane – Geografia / 2016
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