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domingo, 29 de janeiro de 2017

9º Anos Maya - Texto de Apoio Situação de Aprendizagem 1 - Relações entre espaço geográfico e globalização

TEXTO DE APOIO 9º ANOS MAYA -  1º BIMESTRE

Situação de Aprendizagem 1. Relações entre espaço geográfico e globalização

A principal forma de expressão da chamada globalização é o aumento das relações na escala global.
Globalização: escalas e tecnologias

O que é a globalização? Quais as implicações desse processo em nosso cotidiano? Há vantagens? Quais? Há problemas? Quais?

O texto de Ralph Linton, na página 3 do caderno do aluno, permite uma reflexão sobre o significado das relações que se desenvolvem na escala mundial. Refere-se a uma longa história de trocas culturais entre diversos grupos sociais e nações. Considerando que as trocas atuais são muito mais volumosas e aceleradas, até onde terão chegado as influências entre os povos? Isso não dará condições para perceber-se que, na atualidade, a escala mundial está bem mais plena de relações? Será que estamos nos transformando em “cidadãos do mundo”, bem mais do que apenas cidadãos nacionais?
O espaço geográfico é uma construção humana sobre uma superfície natural transformada, composta por edificações e obras diversas, dispostas para possibilitar a constante interação dos homens entre si e entre os bens que eles produzem e os bens naturais. Por tudo isso, o espaço geográfico é parte integrante da sociedade.
Tendo esse entendimento de espaço geográfico em mente, podemos retornar à análise do processo de globalização. Teria a globalização uma dimensão espacial clara na sua constituição? O espaço geográfico transformou-se para que a globalização, que corresponde ao aumento extraordinário das relações na escala mundial, pudesse acontecer.

O que percebem da globalização, com situações observadas em seu cotidiano?

Como o lugar se insere no mundo?

Em um primeiro momento, ficará mais fácil entender como a escala global se insere no lugar, na escala local. Identificar o global no local é algo que observamos diariamente: as influências de outros países, de outras culturas no nosso dia a dia é um exemplo de algo global que se insere no local. A escala global passa pelo seu lugar, e seu lugar está nesse mundo que está se construindo.
Na medida em que o global vai se inserindo no lugar e transformando-o, o lugar também vai transformando o mundo. Entretanto, vários fatores condicionam as possibilidades concretas de inserção do lugar no mundo. Como isso acontece?
Pode-se trabalhar com os três grandes níveis de escala: local, regional (nacional) e global. Os dois últimos níveis (o nacional e o global) agem sobre o primeiro (o local), mas não podem substituí-lo. O local, por mais influências alheias absorva, sempre tem sua particularidade.
A globalização é o encurtamento das distâncias em razão dos avanços tecnológicos, é a homogeneização dos lugares a partir da uniformização dos processos produtivos, do consumo, dos hábitos, a expansão das corporações para regiões fora de seus países de origem.
Qual é o “motor” da globalização? A globalização é um processo que já vem ocorrendo há muito tempo?

As grandes navegações e o processo de colonização de novos espaços pelos europeus ocorreram no chamado Período Técnico. Esse longo período foi pródigo em avanços: a bússola, os portulanos, a imprensa, e posteriormente a máquina a vapor e o telégrafo são alguns exemplos do que a humanidade incorporou nesse período.
Esses aparatos técnicos possibilitaram, a certos países, atuar numa escala global: acelerar os contatos e as trocas, ter acesso a novos bens e outras culturas, expandir sua força econômica, construindo um regime capitalista. Mas não era, nesse momento, globalização.
A globalização, no presente, tem outra força e outra qualidade. Antes de tudo, ela é fruto de uma revolução tecnológica nas comunicações e na eletrônica, que encurtou distâncias e criou novas formas de comunicação e organização. Tais alterações também podem ser consideradas como responsáveis pelas grandes mudanças no cenário geopolítico do século XX, alimentando novas formas de organização econômica ao aproximar mercados e reorientá-los em blocos comerciais (Nafta, MERCOSUL, etc).
Essa reorganização é diferente daquele manifestada durante o período da “Guerra Fria”, quando o mundo era polarizado por forças hegemônicas lideradas pelos Estados Unidos da América (EUA) e pela extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), que utilizaram seus sistemas econômicos – capitalismo e socialismo – como forças de pressão internacional.
Contemporaneamente, os progressos técnicos estão intimamente ligados à aceleração do tempo, característica-chave do processo de globalização. Essa aceleração muda nossas relações com a distância geográfica, agora mais facilmente transposta. Trata-se da compressão do tempo-espaço: o encolhimento do mapa do mundo, graças a inovações nos transportes que encolhem o espaço por meio do tempo.
A figura “O encolhimento do mapa do mundo”, na página 7 do caderno do aluno, demonstra a metáfora do “encolhimento” ou da nova relação das sociedades com a distância, relacionada ao desenvolvimento dos meios de transporte. Pode-se afirmar, portanto, que o mundo ficou menor para o ser humano. As pessoas, os remédios, as mercadorias chegam muito mais rapidamente a seus destinos.
O que permite compreender o processo de globalização é a incorporação de novas tecnologias no espaço, ou seja, o advento da revolução tecnológica, ainda em andamento e responsável, também, pela integração de economias e mercados. No entanto, é possível perceber que se trata de um fenômeno que vai muito além da integração econômica e de mercados, que por si só já é um evento de grande complexidade.
As empresas multinacionais transformaram-se em transnacionais e atualmente são empresas globais. Os mercados não são mais apenas locais, mas planetários. Temos a universalização do sistema produtivo, do sistema financeiro e das formas de comunicação. Mas essa universalização não engloba todos os segmentos de uma sociedade: por exemplo, uma universalização da política. Não é possível afirmar a existência de um espaço global. O que na verdade existe é um conjunto de espaços nacionais e algumas redes que atuam na escala global. Será que todos os lugares e povos são atingidos pela globalização com a mesma intensidade? A resposta é não!
Alguns exemplos de comunidades que não são favorecidas são as comunidades indígenas, as comunidades quilombolas (grupos humanos remanescentes dos antigos quilombos – povoados de escravos fugidos à época da escravidão no Brasil), as comunidades camponesas, praticantes ainda da agricultura de subsistência, pescadores ou caiçaras.
Por isso, por mais contraditória que seja a expressão, a globalização não é universal. Mas podemos afirmar que a globalização já implica num maior interdependência dos países entre si e das pessoas de certa maneira, numa articulação instantânea entre os diferentes lugares do mundo (conexão on-line), numa certa tendência à uniformização de padrões culturais.
Pode-se dizer que, a multiplicação dos espaços de lucro (domínio de mercados, locais de investimento e fontes de matérias-primas) foi uma força que conduziu o mundo à globalização. Entretanto, até este momento, há limitações para a amplificação do fenômeno: o progresso técnico atinge poucos países e regiões e, ainda assim, de forma circunscrita (limitada, restrita, com limites determinados) e com efeitos que não vão se generalizar.
Está em construção uma nova cartografia do mundo, com as redefinições no espaço geográfico.


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