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segunda-feira, 6 de abril de 2015

Revolução Industrial

  O meio técnico: a força das máquinas na produção e na circulação
O meio técnico é produto da Revolução Industrial. Embora as técnicas sejam quase tão antigas quanto a humanidade, apenas no final do século XVIII, com a emergência da indústria, a capacidade produtiva humana tornou-se suficiente para transformar extensa e profundamente a superfície terrestre.
A Revolução Industrial representou a substituição do uso da energia humana ou animal pela energia mecânica nos processos de produção de artefatos. A combustão do carvão mineral e a máquina a vapor expandiram a capacidade produtiva humana e inauguraram a era industrial. As ferrovias e os navios a vapor promoveram uma revolução nos meios de transporte, desencadeando um crescimento inédito do comércio internacional.
Os ciclos iniciais da era industrial abriram as portas para a formação da economia-mundo, ou seja, para a incorporação de todos os povos e continentes nos fluxos mercantis e circuitos de investimentos centralizados pelas potências industriais. Foi então que o imperialismo (política de expansão e domínio territorial e/ou econômico de uma nação sobre outras) — anexando novas áreas coloniais na África e na Ásia e influenciando fortemente regiões da América Latina — criou um verdadeiro mercado de dimensões planetárias e uma nova divisão internacional do trabalho.
O traçado das ferrovias ilumina uma das características essenciais da Geografia produzida pelo imperialismo. Nos países industrializados da Europa, foram construídos troncos principais complementados por uma densa rede de trilhos que se espalham em todas as direções, facilitando o transporte no interior do território e unificando o mercado interno. Nos Estados Unidos, os grandes ramais ferroviários cortaram transversalmente o território e ajudaram a conquistar e integrar o oeste agrícola ao nordeste industrial.
Contudo, na África, Ásia e América Latina, as ferrovias nasceram para ligar as regiões produtoras de matérias-primas aos portos exportadores. A configuração da rede ferroviária da África, no século XIX, serve de espelho para compreender a organização do espaço produzida pelo imperialismo: o mercado externo funcionava como principal motor da economia e as redes de transporte, em vez de integrar, fragmentavam os espaços nacionais.
Para analisar esse novo contexto, vamos articular diferentes paisagens características do meio técnico, por meio da leitura de textos, fotografia e mapas.
Nas imagens “Litografia do século XIX representando a área industrial de Sheffield, cidade ao norte da Inglaterra” e “Gravura do século XIX representando fábrica têxtil do empresário Titus Salt, na cidade de Bradford, no norte da Inglaterra” da página 13 do caderno do aluno, identificamos evidências do impacto da atividade industrial na produção do espaço geográfico. As características ambientais de uma típica cidade industrial do século XIX, tais como insalubridade (nocivo à saúde, não saudável) e poluição, alteram profundamente a qualidade de vida de seus habitantes, as condições ambientais da cidade e a vida cotidiana com a instalação de indústrias.
O impacto da Revolução Industrial no mundo
A Revolução Industrial gerou impactos na produção do espaço mundial. O surgimento da indústria é uma revolução não somente técnica, mas social e econômica, porque transformou completamente o mundo em um sistema técnico único e integrado.
Surgiram os navios a vapor e as ferrovias, que tornaram as viagens inter e intracontinentais (intercontinentais quer dizer para outros continentes e intracontinentais, no mesmo continente) muito mais rápidas e seguras e possibilitaram a ampliação dos fluxos de mercadorias e de pessoas entre os países.
A indústria provocou um impacto local e global: aos poucos destruiu as antigas corporações de artesão e reforçou a divisão internacional do trabalho entre países industriais e os fornecedores de matéria-prima. Os textos 1 e 2 de Raul Borges Guimarães, na página 14 do caderno do aluno, explicam esse momento.
O meio técnico e o encurtamento das distâncias
            Os mapas “África: político” e “Europa: político” nas páginas 16 e 17 do caderno do aluno apresentam a malha ferroviária da África e da Europa. A distribuição das ferrovias pelos continentes, relacionando com a organização do espaço com as características do período do meio técnico, evidencia:
- a malha ferroviária da Europa (mais densa) unificava seus mercados internos, servindo principalmente aos mercados do próprio continente;
- o espaço ferroviário da África (com poucas ferrovias) tinha como estratégia colonial, o favorecimento da exploração dos recursos da colônia, conectando as regiões produtoras de matérias-primas agrícolas e minerais – no interior – até os portos de exportação – no litoral –, não articulando os mercados internos do continente;
- o mesmo acontece com as malhas ferroviárias dos Estados Unidos (que tem o caso semelhante ao da Europa) e América do Sul (semelhante à África).

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