O AUMENTO NA DEMANDA EM TODOS OS PAÍSES POR TODO TIPO DE PRODUTO
Em economia
existem os chamados Bens de Giffen, que são caracterizados pelo aumento de seus
preços quando há um aumento na demanda. É algo muito difícil de ser visto no
mundo real e cuja a exemplificação é bastante complicada.
No entanto seus
dois exemplos, NÃO podem ser pautados por este quesito, pois seus efeitos devem
ser analisados em âmbito mais global:
Temos alguns
pontos relevantes que devem ser levados em consideração: a) O petróleo é um bem
altamente escasso e de difícil prospecção e logística; b) sua oferta é rigidamente
controlada pelo cartel mais famoso do mundo a OPEP - Organização dos Países
Exportadores (Produtores) de Petróleo; c) tal comodities é usada de diversas
formas, desde fonte de barganha em negociações comerciais ou até armamento de
guerra.
Sob tais
aspectos, é notório que o extraordinário aumento da demanda impulsionado pela
China e Índia, não encontram um respaldo no aumento da oferta. Isso ocorre
porque os países membros da OPEP, vêm neste boom na demanda uma extraordinária
forma de se enriquecerem, manipulando o preço da comodities em patamares jamais
vistos na história, por meio de rígidos controles de oferta. Dada tal escassez
do petróleo e as diversas crises que ocorrem atualmente gerando expectativas
adversas e consequente especulação, os países se vêm obrigados a aceitar com
relativa passividade tal manipulação de preços por parte da OPEP.
Como o petróleo
é matéria prima para uma infinidade de outros produtos e é usado para outros
diversos fins (como combustível para transportes, ou centrais termo elétricas,
por exemplo), uma infinidade de outros produtos têm os seus preços impactados e
reajustados para mais de forma indireta (transporte, energia elétrica, plásticos
e derivados, etc., etc., etc.), gerando inflação em diversas economias mundo
afora. Por isso a importância do ouro negro para a economia mundial e sua
motivação para tantas guerras.
Recentemente no
Brasil foi descoberta a maior jazida de petróleo dos últimos anos com reservas
estimadas entre 5 a 8 bilhões de barris, o que nos confere relativa
estabilidade no futuro e uma formidável reserva estratégica. Tal descoberta
elevou a Petrobrás como sendo uma das maiores empresas do mundo em seu ramo de
atividade e a nº 1 na América Latina.
Portanto o que
explica o exemplo 1 é simplesmente um aumento extraordinário na demanda sem um
respaldo correspondente na oferta, em decorrência de uma distorção
mercadológica.
Quanto ao
exemplo 2, há de se levar em consideração o caráter do avanço tecnológico. Os
primeiro computadores da história ocupavam andares inteiros de prédios
comerciais o que seria à época inconcebível de ser adquirido da forma que é
hoje. No entanto, com o avanço da tecnologia e a descoberta de novos materiais
os custos de fabricar um computador foi caindo de forma que hoje o seu preço é
acessível a todos (pelo menos ai na Inglaterra). Processo semelhante aconteceu
com a televisão, celulares, carros, etc. Neste quesito há uma série de fatos
que, juntos, corroboraram para a queda de preços: aumento na demanda (empresas
e famílias); avanço tecnológico o que trouxe redução nos custos de produção;
criação de produtos correlatos (a Microsoft, não lucra com a venda de
computadores, mas sim com os softwares neles implantados, assim como uma
empresa telefônica lucra muito mais com as ligações realizadas do que com os
aparelhos); a constante criação de necessidades sociais, algo típico do
capitalismo, que gera a cada dia novas "necessidades" e que estimulam
a criação de novas tecnologias e produtos (só a Sony, por exemplo, tem
lançamentos agendados para os próximos 50 anos); o processo de globalização que
estimula a concorrência em âmbito global, forçando uma queda nos preços de
produtos sejam computadores a vestuário, cosméticos, eletroeletrônicos,
softwares, serviços, etc.
Enfim, cada caso
é um caso e deve ser analisado pontualmente de acordo com suas características.
O Exemplo 2 reflete uma tendência econômica natural de queda de preços por meio
da redução dos custos de produção e aumento da concorrência. Neste caso atuamos
no longo prazo onde a demanda e principalmente a oferta são maleáveis e se
adaptam de forma a manter a economia equilibrada e a tendência de preços em
queda. O exemplo 1 representa uma distorção mercadológica, condenável pelas
teorias econômicas clássicas onde mesmo no longo prazo a oferta não se adequa
ao aumento da demanda, mantendo os preços em alta, para o favorecimento de
poucos (no caso em questão, os membros da OPEP).
Mais informações disponíveis em:
http://ec.europa.eu/eurostat/statistics-explained/index.php/International_trade_in_goods/pt
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